Os portugueses tiverem ontem a oportunidade de manifestar suas preferências sobre a questão do aborto, em um referendo. A maioria (59%) dos votos válidos foi favorável a descriminalização do aborto com até 10 semanas de gestação, mas como menos da metade dos eleitores participaram, o resultado não será automaticamente ratitificado pelo Parlamento.
Para mim, a questão moral do aborto depende do nosso posicionamento se os fetos são seres humanos como nós. Se for o caso, segue-se seu direito a vida. Se não, a liberdade da mulher deve prevalecer.
Esse esquemão simplificado me serve de base na hora de julgar o discurso dos interessados. Uma portuguesa disse:
“Votei sim porque as mulheres não devem ser criminalizadas por praticarem o aborto. Quem vota não também deveria considerar um crime a utilização de preservativos ou a contracepção”.
Tenho simpatia pela liberação do aborto, mas esse argumento foi péssimo. Não gerar uma nova vida é definitivamente diferente de destruir outra. Dizer "Votei sim porque sim" faria mais sentido.
...
Atualmente, na terrinha, o aborto só é legalmente possível em casos de: má formação do feto, estupro e risco de morte para a mãe. Empolgado com meu esquemão infalível, tentarei entender o porquê disso.
(i) má formação fetal: Não estou certo o que isso significa, mas não importa, vou dar pitaco assim mesmo. Se um feto mal-formado está para um feto normal assim como uma criança má-formada está para uma criança normal, o aborto não faz sentido, já que em todos os casos se trata vidas humanas. Ah!, um feto mal-formado é aquele que vai morrer no parto? Não importa, morreremos todos um dia e nem por isso alguém pode nos tirar a vida.
(ii) estupro: Poderia um feto gerado numa situação dessas não ter seu direito a vida enquanto um outro, fruto de planejamento familiar, tê-lo garantido? Deve ser que estupradores são bestas e não homens, e tal pai, tal filho. Ainda não havia pensado nisso...
(iii) risco de morte para a mãe: há aqui um conflito entre o direto à vida da mãe e o direto a vida do feto, e não está lá muito claro o porque o da mãe ser considerada mais importante. É possível que o critério de desempate seja a lei da sobrevivência do mais forte.
A conclusão é que os portugueses são estremamente burros; de acordo comigo mesmo, não haveria razão para o aborto ser proibido de maneira geral mas legalizado nesses casos. E meu esquemão é, como dito, infalível.
Tá bom, tá bom... mas pelo menos ele me serve para rir da moça lá em cima... E ele me permitiu confirmar que os portugueses são burros.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
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2 comentários:
Preconceituoso pouco neh...
Aki, acho q no Brasil o aborto é legalizado nas mesmas situações viu? tal pai, tal filho neh...
Esse negócio de direito da mulher, do feto... grandes aulas do onofre ein... (já q vc gostava...)
Ah, legal sua iniciativa de discutir temas diversificados aki... viva a liberdade intelectual!!! hahahaha
eh isso ae...
Ah, e oh! passei sem vc me falar p/ vir... heheh... to qse animando de dar uma postadinha no meu antigo flog... vou amadurecer a idéia...
O negocio do estrupador tal pai, tal filho, me fez lembrar a discussão sobre características comportamentais inatas...
Interessante quão diversificadas são as estratégias de um individuo gerar a sua prole...
Existem diversos precedentes naturais semelhantes de alternativas oportunistas para esse fim...
...A natureza seleciona sujeitos mal caráter, espertalhões, dissimulados... enquanto os bonzinhos vão pro saco... é a vida...
Reclamaram ultimamente pra mim a falta de gentileza do homem moderno... acho que é a mesma coisa...
O comportamento cavalheiresco dos tempos passados era apenas comportamento que favorecia o processo de formação de pares e corte... como os tempos mudaram, a exigência feminina ou da própria sociedade que imperava no passado, fora dissolvida, e com a exigência os comportamentos associados a tal demanda...
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